quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Código Florestal: realidade versus utopia

http://www.redeagro.org.br/artigo-ambiental/495-codigo-florestal-realidade-versus-utopia-

Novo Codigo Florestal foi aprovado pelo Senado.

Com 57 votos favoráveis e apenas 7 contrários o plenário do Senado Federal acaba de aprovar o texto de reforma do Código Florestal. O texto foi aprovado com votos de todos os partidos, do governo e da oposição. Os senadores seguem analisando os destaques. Não houve alterações de mérito no texto aprovado na Comissão de Meio Ambiente.

Fonte: www.codigoflorestal.com.br

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

ENTREVISTA: Margarita Louis-Dreyfyss – Coluna da Sonia Racy – 26.11.2011


From Russia with love
Diferentemente das apostas em Paris, Margarita LouisDreyfus não se perdeu depois de demitir, em fevereiro deste ano, o principal executivo da holding do tradicional grupo francês. Sem experiência, a viúva de Robert Dreyfus assumiu as rédeas do Grupo Louis-Dreyfus e está dando as linhas na condução do conglomerado de 99 anos de idade. De passagem por São Paulo e Brasília (onde se encontrou com Dilma), a russa, nascida em Leningrado, conversou com a coluna durante almoço informal na quinta-feira. Na casa de um amigo antigo do marido.
Por que veio ao Brasil?
 Hoje, 80% do nosso negócio depende do País. De nossos 40 mil funcionários, 32 mil estão aqui. Quis entender melhor as pessoas, conhecer o sistema local e bater o martelo em nossa decisão de investir R$ 7 bilhões nos próximos cinco anos.
Está preocupada com a grave crise que emana da Europa e deve contaminar o mundo inteiro?
 Estou. Mas lidamos com commodities. E o mundo certamente não vai deixar de comer.
Você demitiu Jacques Veyrat.
 Meu marido morreu há três anos e esperei para ver como Veyrat terminaria de implantar o plano quinquenal que Robert deixou pronto. Totalmente voltado para nossas raízes no agribusiness. Constatei, infelizmente, que Veyrat pensava somente no curto prazo; e nós, no longo. Tenho três filhos e Robert me deixou responsável pelo destino da empresa. Resolvi assumir funções de decisão no Conselho.
Robert deixou de herança suas ações para a família?
Para uma trust montada de tal forma que nós, nesta geração, não poderemos vendê-las. Nossa responsabilidade, como donos de 51% da empresa, não é só com o lucro, mas, sim, com a perpetuação do Grupo. Era o sonho dele. Pesquisas provam que administração familiar moderna, responsável e ética dá mais resultado na comparação com empresas sem dono.
Como se sente diante este novo desafio?
Nunca trabalhei, Mas sempre acompanhei Robert, que era um gênio, durante almoços e jantares em que são tomadas decisões importantes.
Você parece ser muito intuitiva. Isso é importante?
Sou sim. E te digo uma coisa: não existe empresário bem sucedido sem ter sido abençoado pelo dom da intuição. Equipe técnica sempre pode ser contratada.


segunda-feira, 21 de novembro de 2011

DEBATE NFA SOBRE ILPF: Sistema Santa Brigida

Na última quinta-feira (17/11), o Núcleo feminino do Agronegócio, com apoio da Sociedade Rural Brasileira, Dow AgroSciences e Jonh Deere, realizaram um debate sobre ILPF ( integração lavoura, pecuária e floresta).

Contamos com a presença no debate:   
Dra. Mônica Bergamaschi - Secretária de Agricultura de São Paulo.
Profº Roberto Rodrigues - coordenador do Centro de Estudos do Agronegócio na Fundação Getúlio Vargas (FGV) e ex- ministro da Agricultura. Marize Porto Costa - Proprietária da Faz. Santa Brígida.
José Luiz Coelho e Paulo Herrmann - Consultores da Jonh Deere.

Infelizmente, o pesquisador da EMBRAPA, João Klutchouski, conhecido como João K., não pôde comparecer pois sofreu um acidente de carro. Mas felizmente está se recuperando e logo poderemos contar com os grandes trabalhos que desenvolve.

A fazenda Santa Brigida, que tem no seu comando uma dentista que se viu obrigada a cuidar de uma fazenda abandonada, e com uma indiscutível competência, conseguiu provar à todos, que cupim pode se transformar em capim e que terra degradada, tem sim solução.

O Sistema Santa Brigida aposta na diversificação da ILPF para produzir mais carne, mais alimento, melhoria do solo, conforto térmico, melhor aproveitamento de cada HA e ainda, dando LUCRO ao produtor.

A fazenda Santa Brigida conta com o apoio de grandes consultores técnicos, além de proporcionar e custear uma grande área para estudos e experimentos da EMBRAPA.


Saiba mais sobre o Sistema Santa Brigida em:


OBRIGADA PELA PRESENÇA DE TODOS E AGRADECEMOS A DOW POR DISPONIBILIZAR SEU AUDITÓRIO PARA O EVENTO.

Por: Natalia Massi - NFA

Encontro de Analista: Pecuaria de Corte

terça-feira, 8 de novembro de 2011

APROVADO novo Código Florestal nas comissões de Agricultura e Ciência

O relatório do senador Luiz Henrique da Silveira do novo Código Florestal brasileiro acaba de ser aprovado nas comissões de Ciência e Tecnologia e Agricultura e Reforma Agrária.

A votação nas duas comissões foi nominal. Na de Ciência e Tecnologia, foram 10 votos a favor e apenas 1 contra, o da senadora Marinor Brito. Já na comissão de Agricultura e Reforma Agrária, a aprovação foi unânime.

Veja os votos:

COMISSÃO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA:

ANGELA PORTELA – SIM
ANIBAL DINIZ – SIM
VALTER PINHEIRO – SIM
ANTONIO CARLOS VALLADARES – SIM
RODRIGO ROLLEMBERG – SIM
CIRO NOGUEIRA – SIM
EUNICIO OLIVEIRA – SIM
CIRO MIRANDA – SIM
FLECHA RIBEIRO – SIM
ALUISIO NUNES FERREIRA – SIM
MARINOR BRITO – NÃO

COMISSÃO DE AGRICULTURA E REFORMA AGRÁRIA

ANTONIO RUSSO – SIM
RODRIGO ROLLEMEBERG – SIM
VALTER PINHEIRO – SIM
VALDEMIR MOKA – SIM
REDITARIO CASOL – SIM
VALDI RALPI – SIM
FLECHA RIBEIRO – SIM
CIRO MIRANDA – SIM
JAYME CAMPOS – SIM
SÉRGIO SOUZA – SIM

Fonte: Noticias Agrícolas

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

FEILEITE: Dia das Mulhers do Agro. Participe!

Dia 03 de novembro de 2011 haverá um encontro, dentro da FEILEITE,  dedicado às profissionais do agronegócio.




Encontro de Analistas: Pecuária de corte

Em 9 de dezembro de 2011, a Scot Consultoria realizará mais um Encontro de Analistas, titulado “”Pecuária de Corte – o primeiro ano de uma nova década”.
 discussão será sobre os seguintes temas:

Boi gordo e reposição;
Exportação de carnes e bovinos vivos;
Macroeconomia;
Ferramentas de negociação;
Frigoríficos;
Código florestal;
Sustentabilidade;

Data: 09/11/2011 das 09h às 13h.

Local: Dow AgroSciences Industrial Ltda.
Avenida das Nações Unidas,14171
Santo Amaro - Edifício Diamond Tower
São Paulo-SP


Clique aqui para fazer sua inscrição: Vagas Limitadas!
http://www.scotconsultoria.com.br/encontrodeanalistas/

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Governador de SP admite rever política fiscal para indústria da carne

O governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, admitiu nesta terça, dia 11, que o Estado está revendo a política fiscal para indústria da carne. Ele falou sobre a proposta feita pelo Estado para os frigoríficos em um encontro com empresários. Empresas do setor vem ameaçando fechar unidades por causa da questão tributária.

Geraldo Alckmin se mostrou otimista em relação às negociações com os frigoríficos. Durante o encontro na capital paulista, ele comentou a proposta de alterar a forma de cobrança do ICMS do setor. Atualmente o Estado devolve 3% de crédito do imposto estadual. A proposta do governo é aumentar para 4% a partir de agora e 6% para transações passadas.

Para os frigoríficos, uma solução é importante. O setor reclama da chamada guerra fiscal entre os Estados. Em São Paulo, a JBS anunciou o fechamento da unidade no município de Presidente Epitácio, há pouco mais de um mês. O presidente do conselho administrativo da empresa, José Batista Júnior, admitiu até a reabertura da unidade no município de Presidente Epitácio caso a questão tributária seja resolvida.

A JBS reivindica a devolução de créditos do ICMS de 7% sobre os produtos vindos de outros Estados. Mas a empresa se diz aberta a negociar.

O governador do Estado de Goiás, Marconi Perillo, evita utilizar a expressão guerra fiscal. Afirma apenas que a diferença de cobranças é uma questão de competitividade.

Fonte: Canal Rural, adaptada pela Equipe BeefPoint.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Leilão de sêmen: Raridades! Confira!

PRECISANDO COMPRAR SÊMEN?

Dia 13 de Outubro de 2011, às 21hs no canal Terra Viva, será transmitido um leilão somente de sêmen, uma grande oportunidade para quem faz IATF.

Promotoras: Cristiana Musa e Dani Carvalho.



terça-feira, 4 de outubro de 2011

Jornal Agroin ED. 71 : 2 a 15 de Outubro de 2011



  • IBGE divulga pesquisa sobre a saúde da pecuária Brasileria.

  • Secretária Tereza Cristina descarta possibilidade de antecipação da vacinação de aftosa no MS.
    "Avaliamos que o gado já foi vacinado em novembro de 2010 e maio deste ano com uma cobertura vacinal de 99% na região de fronteira", disse a secretária.

  • COMMODITES têm maior recuo desde a crise de 2008.

Veja mais em: http://www.agroin.com.br/novo/jornais/02_10_2011.pdf

Aftosa: fiscalização de fronteira fecha quatro abatedouros no RS

A Secretaria da Agricultura do Rio Grande do Sul informou hoje que já interditou quatro abatedouros desde que reforçou a fiscalização sanitária na fronteira com a Argentina. A operação foi deflagrada dia 24 de setembro, como medida preventiva contra o ingresso do vírus da febre aftosa em território brasileiro depois da confirmação de um foco da doença no Paraguai, dia 18.

Os abatedouros fechados operavam clandestinamente e em um deles foi localizado um animal sem registro na Inspetoria Veterinária da região. O bovino não apresentava problemas clínicos, mas foi levado a abate sanitário, informou a secretaria.

Os fiscais do Estado, com apoio da Brigada Militar e do Exército, também fiscalizaram 89 propriedades rurais, com 3,4 mil bovinos. Deste total, 163 estavam sem registro e por isso os proprietários forma multados e receberam prazo de 48 horas para justificar a procedência dos animais.

A operação incluiu ainda 56 barreiras rodoviárias, que inspecionaram 594 veículos e 51 toneladas de carne. Deste total, 334 quilos foram apreendidos por falta de documentação ou por estarem fora dos padrões sanitários exigidos, informou a secretaria.

Fonte: jornal Valor Econômico, adaptada pela Equipe BeefPoin

Cotações em 03/10/2011

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Uma Grande Lição ( Por Roberto Rodrigues) - Folha SP- 24/09/2011

UMA GRANDE LIÇÃO
*Roberto Rodrigues

Há poucos dias tive a oportunidade de assistir a uma palestra do Sr Nando Parrado, empresário de sucesso do vizinho Uruguai.
Parrado é um dos sobreviventes do terrível acidente aéreo ocorrido há 39 anos, quando uma equipe juvenil uruguaia de rúgbi ia jogar em Santiago do Chile e o avião se chocou contra uma montanha nos Andes, dividindo-se em dois. A parte traseira despedaçou-se no acidente e nenhum de seus ocupantes se salvou.
A parte da frente, por um milagre, deslizou por uma longa ravina inclinada na Cordilheira, sem bater em nenhuma pedra ou obstáculo, até parar. Era um charuto cortado ao meio, e, quando parou, tinha 29 sobreviventes e alguns mortos.
O palestrante contou que, quando os jovens atletas, com idade média de 18 anos, receberam a informação de que havia algumas vagas no avião, ele correu na frente dos demais e convidou sua mãe e irmã: eram viagem e final de semana gratuitos em Santiago do Chile, e Parrado ficou entusiasmado quando ambas, alegremente, aceitaram o convite. As duas morreram no acidente.
Ele tratou do tema com profunda dignidade, sem o menor sensacionalismo, foi desfiando suas ideias, suas perguntas, suas perplexidades e suas crenças.
Assim que o avião parou na ravina, na escura noite andina, em meados de outubro, os jovens tomaram a primeira e fundamental decisão: tapar o buraco traseiro do “charuto” que restava do avião, para reduzir o frio e, com isso, sobreviver. Foi a grande iniciativa que lhes permitiu ficar ali dois meses inteiros, esperando o momento de buscar algum tipo de socorro. Souberam - ouviram no rádio - que depois de 10 dias as buscam foram suspensas, porque se considerava impossível que houvesse algum sobrevivente após este período. Sabiam também que tinham que esperar o melhor período – o verão – para tentar caminhar na neve até encontrar algum socorro. Não tinham roupas para isso – afinal, eram jovens que iam jogar rúgbi e voltar, e que suas chances eram mínimas. Sofreram todo tipo de percalços, inclusive uma avalanche que cobriu o avião e matou mais alguns sobreviventes, deixando os 16 restantes ainda mais desamparados.
Em nenhum momento Parrado tratou do conhecido tema da necessidade de se alimentarem dos mortos, fato que na época teve grande notoriedade. Não, nada disso, apenas narrou a saga inacreditável: após os dois meses de louca prisão na fuselagem, ele, Nando, e mais 2 amigos,  saíram em busca de socorro, sabendo do improvável êxito de sua tentativa. Um deles voltou ao final do segundo dia, e Nando e o outro continuaram. Por 10 dias, dormindo 2 horas por dia para não congelar, seguiram adiante, até encontrarem socorro. Da fantástica história, algumas conclusões:
1 – o amor é o grande motor das ações humanas. Nando queria voltar por amor ao pai, que supunha desesperado pela perda de toda a família. O amor ao seu pai fê-lo seguir adiante, superando todas as brutais dificuldades. “Hoje”, disse ele, “amo a minha família, os meus amigos e os meus cães. O resto é secundário”. Amor, amor, amor acima de tudo.
2 – nada acontece depois que a gente morre: tudo continua, igualzinho, para os que ficam. Os bancos continuaram funcionando normalmente, bem como as lojas e tudo mais: nada mudara, embora ele estivesse hipoteticamente morto.
3 – quando uma decisão tem que ser entre a vida e a morte, prevalecerá sempre a primeira, e com rapidez, sem maiores considerações.
4 – a maior riqueza é o tempo que uma pessoa consegue dar a si mesma. O tempo para viver com alegria, para curtir seus amores, para ser gente, e não escravo do relógio ou dos preconceitos.
5 – para que perguntar, por exemplo, porque convidara a mãe e a irmã? Não adianta nada... Como diz ele: “sorte; destino?”
Parece tudo tão claro, tão óbvio!
Mas como é difícil. É tão evidente que o amor é a maior alavanca do mundo, a liberdade (o tempo) o maior bem, mas o homem vive desdenhando o amor e consumindo o tempo, envolto em vaidades vãs e ambições inúteis.




* Coordenador do Centro de Agronegócio da FGV, presidente do Conselho Superior de Agronegócio da FIESP e professor de Economia Rural da UNESP/Jaboticabal

Carlao e o novo presidente do Cosag Joao Sampaio.!



"Lídia Massi Serio (dir) e Carla de Freitas (esq.), do NFA, Núcleo Feminino do
Agronegócio.
Carla é a presidente do órgão e na quarta feira fará um evento sobre crédito
na sociedade rural brasileira. As 14h30hs.
O palestrante será o ex ministro Luiz Carlos Guedes."


Para mais informações - contato nfa: nfagro@gmail.com

Evento sobre Tendências de Marketing

No dia 18 de outubro o Terraviva em parceria com o Agrocentro/Feicorte e a NFT Alliance irão realizar um evento sobre as tendências de MKT e eventos para 2012.
As confirmações devem ser feitas até 30/09 pelo e.mail aroppa@nutron.com.br
O site para maiores informações http://www.agrocentro.com.br/mkttrends/


sexta-feira, 23 de setembro de 2011

ARTIGO REVISTA GLOBO RURAL - OUTUBRO/2011

DIREITOS E DEVERES: QUEM PAGA? 
* Roberto Rodrigues
 Tenho participado de muitos eventos, pelo mundo afora, discutindo o tema da sustentabilidade da produção agrícola e é notável como os acadêmicos especialistas indicam as soluções mais evidentes para o problema.
É fácil: basta que os agricultores produzam com respeito ao meio ambiente e garantam o bem estar de todos que trabalham na atividade (aliás, isto está determinado pela Constituição de 1988), que façam rastreabilidade de modo a garantir a certificação de seus produtos; que usem as mais modernas tecnologias, comprando insumos e vendendo a produção em setores concentrados; devem evitar o uso de transgênicos, de agrotóxicos, de fertilizantes químicos, da água; precisam reduzir a emissão de CO2 dos tratores, colheitadeiras e caminhões. Devem ainda priorizar a produção de orgânicos e cuidar do bem estar dos animais. E pagar altas taxas de juros para os bancos e impostos para o governo. Nem pensar em reduzir o protecionismo dos países ricos a seus agricultores, brigando na OMC.
Em suma, é preciso produzir cada vez mais por hectare, produtos de melhor qualidade a custos menores por unidade e sem afetar o meio ambiente. E os produtores brasileiros querem fazer isso para atender ao mercado interno e externo com excelência.
Parece impossível, mas não é, desde que exista uma logística adequada para o escoamento da safra, uma boa infra-estrutura de armazéns, energia barata, políticas de renda que garantam preços mínimos remuneradores e um seguro rural capaz de bancar desastres climáticos ou mercadológicos; se houver ainda uma política comercial que permita a abertura de mercados, sobretudo com maior valor agregado, se cuidarmos decentemente da defesa sanitária e se os investimentos em tecnologia crescerem .
O formidável conjunto de obrigações e deveres impostos ao produtor lembra o crescimento dos direitos conquistados, a duras penas, por sindicatos laborais de alguns países ricos. A desproporção entre os direitos e deveres estabelecida tem produzido um desinvestimento empresarial, o que acaba reduzindo a criação de empregos, de modo que a criatura devora o criador.
Claro que estamos longe disto na atividade rural, mas é preciso ter cuidado. No Brasil há um esforço estranho para colocar produtores e consumidores em antagonismo, quando ambos são partes do mesmo corpo: a sociedade toda. Um não vive sem o outro. Aliás, todo produtor é também consumidor e pensa como tal, de modo que ambos devem partilhar direitos e deveres.  A fundamental defesa do meio ambiente, por exemplo, é quase inteiramente cobrada do produtor rural, quando o cidadão urbano também tem responsabilidade nisso. Um bom exemplo é o da água: agricultura não consome água, usa-a, recicla-a. Um pé de milho, ao completar seu ciclo de vida, seca completamente, devolvendo quase toda a água que usou para a natureza, exceto a contida nos grãos de milho, que servem para preservar a vida humana, direta ou indiretamente. Por outro lado, volumosos esgotos das cidades, contaminados e poluídos, dificultam a recuperação da água.
É preciso muito equilíbrio, inteligência e bom senso. Obrigações de uns e outros devem ser balanceadas com os respectivos direitos. Se um é muito maior que outro, não há estabilidade e o futuro fica incerto. Não há sustentabilidade.
É sempre bom lembrar a poderosa frase de William J. Bryan: "se queimarmos os campos e preservarmos as cidades, estas também perecerão; mas se preservamos os campos e queimarmos as cidades, estas renascerão"... 


* Coordenador do Centro de Agronegócio da FGV, presidente do Conselho Superior de Agronegócio da FIESP e professor de Economia Rural da UNESP/Jaboticabal

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Alta do dólar!

Após alta de quase 4%, dólar volta a subir nesta quinta-feira. Na quarta-feira (21), moeda subiu 3,75%, vendida a R$ 1,858.
Foi o maior valor de fechamento desde o dia 8 de junho do ano passado.

Nesta quinta-Feira chegou a R$ 1,952 na venda!

CORAGEM PARA RETOMAR O ETANOL ( Por Marcos Sawaya Jank)

O etanol brasileiro acabou? Estamo-nos tornando importadores de etanol? São essas as indagações que mais tenho ouvido nos últimos tempos e me conduzem a escrever este artigo, até para evitar que elas erroneamente virem afirmações.

A redução da oferta de etanol no Brasil tem três explicações.

Primeiro, o setor reduziu seu crescimento após a crise financeira de 2008, que atingiu fortemente as empresas que mais haviam investido naquele momento. Um terço do setor entrou em dificuldades e passou por forte reestruturação financeira e societária. Em vez de novas unidades, os investimentos deslocaram-se para a compra de empresas endividadas e a expansão caiu de 10% para 3% ao ano, não acompanhando as vendas de carros flex.

Segundo, nos últimos seis anos o custo de produção do etanol aumentou mais de 40%, ao mesmo tempo que o diferencial tributário do produto ante a gasolina se estreitou. Terceiro, as três últimas safras foram marcadas por graves problemas climáticos e produtividade em queda, numa incrível sequência de chuvas e seca em excesso, além da geada deste ano.

Para evitar problemas de abastecimento e reduzir a volatilidade dos preços o governo, as distribuidoras e os produtores vêm se reunindo desde o início do ano para monitorar com lupa a produção e o mercado. Deveremos importar este ano 1 bilhão de litros de etanol, o equivalente a 4% da produção brasileira, valor compreensível diante de uma quebra de produtividade que atingirá 20% em produto nesta safra. Importar etanol ainda é melhor e mais barato, econômica e ambientalmente, do que importar gasolina.

Aliás, por se tratar de um combustível de origem agrícola e, portanto, sujeito aos conhecidos riscos climáticos, é preciso estar sempre preparado para recorrer a eventuais importações. Agora, imaginar que o Brasil se tornará "importador estrutural" de etanol (ou de alimentos básicos) é simplesmente desconhecer o enorme potencial do País. Só o seremos se formos muito incompetentes, no médio e no longo prazos.

O monitoramento estrito e as importações aumentaram a segurança de abastecimento do sistema. A ampliação das linhas de crédito proposta pelo governo permitirá uma recuperação dos canaviais afetados pelos problemas climáticos. Em breve novas medidas serão implementadas, como a ampliação do programa de financiamento de estocagem de etanol e o sistema de contratação prévia de etanol anidro pelas distribuidoras no início da safra, vinculado à compra de gasolina. Vale destacar ainda que o setor está disposto a buscar novos mecanismos contratuais para alongar ainda mais o compromisso de oferta de etanol anidro e garantia de abastecimento de longo prazo. Etanol anidro é aquele misturado na gasolina a uma taxa de 18% a 25%. O hidratado é o que é vendido puro nas bombas e compete diretamente com a gasolina.

Os carros flex foram desenvolvidos para usarem etanol ou gasolina indistintamente, e essa livre escolha é uma vantagem de que só o consumidor brasileiro dispõe hoje no mundo. Entendemos que, no longo prazo, o País tem interesses ambientais e de saúde pública que justificam que os carros flex utilizem volumes cada vez maiores de etanol em seus motores. Mesmo com a dádiva do pré-sal, que certamente fará do Brasil um grande exportador de petróleo e derivados, não devemos abrir mão do nosso compromisso de ter uma matriz energética cada vez mais limpa e renovável. E isso passa pela definição clara do papel dos biocombustíveis e da bioeletricidade na matriz energética brasileira.

Portanto, é preciso desde já definir políticas públicas e privadas que restabeleçam a competitividade e ampliem a participação do etanol na matriz de combustíveis do País. Diversos são os caminhos possíveis para isso, mas os mais inteligentes são: 1) Ganhos de eficiência que reduzam custos agrícolas, agroindustriais e de logística e 2) mudanças efetivas na estrutura tributária que reconheçam os benefícios econômicos, ambientais e de saúde publica do etanol para a sociedade.

Boa parte dos países do planeta tem graves restrições em termos de clima, água, solos ou tecnologia agrícola. Esse não é o caso do Brasil. Hoje a cana-de-açúcar ocupa menos de 3% de nossas terras aráveis (9,7 milhões de hectares), uma área quase 20 vezes inferior à ocupada apenas por pastagens (180 milhões de hectares). Já duplicamos a produção de etanol por área desde os anos 1970 e podemos duplicá-la novamente nos próximos dez anos. Portanto, não se trata de optar entre açúcar e etanol ou entre mercado interno e mercado externo. Nossa verdadeira meta deveria ser duplicar a quantidade de cana produzida no País até 2020 para atender a todos esses mercados, começando, obviamente, pelo atendimento ao flex, mas não deixando de lado nenhum mercado atual e potencial.

A presidente Dilma foi muito feliz ao citar em seu discurso de posse uma frase do mestre Guimarães Rosa que reproduzo aqui, pois serve com perfeição para ilustrar o atual momento que vive o etanol brasileiro. "A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela requer da gente é coragem".

Tivemos imensa coragem ao lançar, em 1975, o primeiro programa mundial de substituição de petróleo por um combustível renovável em larga escala, o Proálcool. No momento em que estamos completando 50% de frota de flex, precisamos novamente da mesma coragem para completar essa bela jornada brasileira e mostrar ao mundo que, mesmo tornando-nos grandes produtores e exportadores de petróleo, continuaremos contando com alternativas energéticas do mundo de baixo carbono pós-petróleo - o etanol e a bioeletricidade da cana-de-açúcar, segunda fonte da nossa matriz energética exemplar.
 
Marcos Sawaya Jank é Presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) (Webpage:
www.unica.com.br) – Publicado no Jornal “O Estado de São Paulo”, 20 de setembro de 201, página A2.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Novos estudos garantem....

.......CARNE VERMELHA NÃO FAZ MAL



Leia na integra:
http://www.beefpoint.com.br/cadeia-produtiva/espaco-aberto/novos-estudos-garantem-a-carne-vermelha-nao-faz-mal-74808n.aspx

Texto: FRIO por Roberto Rodrigues

FRIO
*Roberto Rodrigues

Fazia muito frio naquele fim de tarde de julho, completamente fora dos padrões da região. Muito frio. Ele tinha ouvido no rádio que poderia gear na madrugada seguinte e estava preocupado. Depois de anos de preços baixos, contas que não fechavam, uma dureza sem tamanho, finalmente as coisas estavam melhorando. Os preços do café tinham reagido, tomara coragem e recepara todo o cafezal em setembro passado. A plantação já tinha passado dos 10 anos, mas era bem instalada, variedade adequada, sempre bem tratada, embora com sacrifícios. Fizera a poda com orientação do bom engenheiro agrônomo da cooperativa e a brotação fora um sucesso, as árvores estavam esbanjando vigor. Andava muito feliz com a expectativa de safra boa no próximo ano, promessa certa com as plantas tão bem preparadas.
            Mas agora, ante a possibilidade de uma geada, estava ansioso. Percorrera toda a fazenda preparando as defesas possíveis, colocando pneus velhos para queimar em pontos estratégicos, além de tambores cheios de serragem: a fumaça ajudaria a minimizar os efeitos do frio intenso. Era uma prática usual nos locais onde as geadas eram mais comuns.
            Ficou um tempo ali no terraço da casa da sede, crepúsculo magnífico, o horizonte vermelho contra o qual se recortavam as imagens das árvores que ele conhecia tão bem. “Rosso di sera, bel tempo si spera”, dizia a mãe, filha de imigrantes italianos, “vermelho de tarde, bom tempo virá”. Que tempo bom, pensava, se poderia gear?
            Os anos de penúria haviam acabado com tudo. Até a mulher o deixara, não suportando mais as dificuldades financeiras por tanto tempo. “Em casa que falta pão, todo mundo grita e ninguém tem razão”, pensava, sofrendo, mas entendendo a mulher.
            Ficou ali, matutando, os 3 fox paulistinhas tiritando de frio aos seus pés, olhando para ele com aquele olhar de pedintes, suplicando por calor.
            E pensou nestes últimos anos em que penara sem calor nenhum, sozinho, sobrevivendo no limite das próprias forças, sem sair da fazenda, a não ser para negociar as dívidas.
            Quando a mulher o deixara, dissera uma frase dura: ”você se casou com a agricultura, não posso competir com ela, é uma rival muito poderosa; você a adora, só pensa nela, só cuida dela, vive para ela, não tem lugar para mim nos seus sentimentos”. De fato, pensava agora, a gente se casa com um pé de café quando o planta. Não é como uma cultura anual, também maravilhosa, como a soja, o milho, o algodão, que a gente planta, trata, colhe e vende em 6 ou 8 meses; a gente se casa com o cafezal por 20, 25 anos, fica ligado a ele por laços emocionais, e não apenas materiais. Cada safra, exagerava, era um novo filho dele com a plantação.  E, dali do terraço, coração acelerado enquanto a noite caía devagar, ficou olhando com carinho o cafezal brotado, verde, sumindo aos poucos na escuridão... Nem uma brisa soprava, o ar parado, um silêncio monumental assombrando a natureza.
            Foi deitar bem tarde; sabia, porque assim diziam os antigos, que é preciso ficar de olho no termômetro: se a temperatura cair 1 grau por hora, é geada na certa. Fazia 12 graus às 7 da noite. E à meia noite já estava em 6 graus: caíu mais de 1 grau por hora.
            Entrou na cama gelada, depois de deixar os cachorros dormirem na cozinha, com o restinho do calor do fogão de lenha, e não pregou o olho. Lembrou-se da tragédia narrada por Monteiro Lobato em “Negrinha”, no conto “O drama da geada”. Pulou da cama às 3 da madrugada, fazia 4 graus, saíu a pé e foi acender todas as preparações dos pneus e dos barris, pela roça inteirinha.
            Feito isso, voltou para a cama, enregelado, pressentindo uma desgraça. O frio queimava suas esperanças. O breu da noite, mau conselheiro, o atormentava. Agüentou firme o que pode, mas logo se levantou, tomou um café quente...
            Quando as primeiras luzes da madrugada o permitiram, viu o véu branco da morte cobrindo toda a plantação...
E morreu também, um pouco, por dentro...






* Coordenador do Centro de Agronegócio da FGV, presidente do Conselho Superior de Agronegócio da FIESP e professor de Economia Rural da UNESP/Jaboticabal
Folha de São Paulo - 16/07/2011 - FRIO

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Caminhos da Agricultura Brasileira

Indicação: Carla de Freitas - Presidente NFA

OIE informa caso de Aftosa no Paraguai



OIE divulga hoje, 19 de setembro, caso de Aftosa confirmado pelo órgão SENACSA (Serviço Nacional de Qualidade e Saúde Animal) do Paraguai. Foram identificados 13 bovinos com o vírus na região de San Pedro, Paraguai.

https://web.oie.int/wahis/reports/en_imm_0000011022_20110919_101535.pdf
Reportagem: Beefpoint 20/09/2011

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Código Florestal: Avanço ou Ameaça?


Palestra com Marina Silva no Instituto Fernando Henrique.

Data: 27 de Setembro de 2011
Horario: 17h00 às 19hs.


Segue link/ Convite: http://www.ifhc.org.br/mailing/convite_2011-09-27.pdf

Palestra indicada por Rosalú Queiroz (Integrante do NFA).

Marfrig pisa no freio e vende ativos

Empresa começa a vender operações para reduzir dívidas, enquanto bancos e concorrentes discutem alternativas para o setor de frigoríficos no País.
 
Entrevista com Marcos Molina ( Presidente do Marfrig): " A empresa não tem problemas de dividas":
 
19 de setembro de 2011 | 0h 00: ESTADO DE SP

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Rússia suspende importação de mais 4 frigorificos do Brasil.

O Serviço Sanitário da Rússia (Rosselkhoznadzor) surpreendeu o setor privado brasileiro ao suspender temporariamente as importações de carnes de quatro frigoríficos, sob alegação de presença de resíduos de infecção bacteriana por listeria e resíduos do antibiótico tetraciclina.
As plantas referente a abates bovinos foram:
Friboi S.A.- localizado em Lençóis Paulista (SP).
Marfrig - localizado em Rolim de Moura (RO).
Minerva - localizado em Palmeiras de Goias (GO)
E uma planta que processa carne de aves:
Marbella - localizado em Amparo (SP).

Leia na integra: http://www.beefpoint.com.br/cadeia-produtiva/giro-do-boi/russia-suspende-importacao-de-mais-quatro-frigorificos-do-brasil-74711n.aspx

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

USDA: previsões sobre mercado de carne do Paraguai

De acordo com o relatório da Rede Global de Informações Agrícolas (GAIN, sigla em inglês) do Serviço Agrícola Externo do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a produção de carne bovina do Paraguai deverá se recuperar em 2012 e alcançar 520.000 toneladas, após uma redução nos abates em 2011 devido à seca de 2009/10. Os produtores estão retendo rebanho agora por causa das boas condições de pastagens e dos fortes investimentos no setor, que tem sido muito lucrativo nos últimos anos.

Um número maior de fêmeas está sendo retido para construir ou expandir novos rebanhos. Um bom status sanitário, uma forte demanda externa e uma limitada oferta de outros países que são fornecedores históricos estão fornecendo grandes oportunidades para o setor pecuário do Paraguai. O rebanho deverá continuar crescendo nos próximos anos, disponibilizando maiores quantidades de gado para abate.

Os abates de bovinos deverão ser de 2,3 milhões de cabeças em 2012, levemente maior do que nos dois anos anteriores. O serviço sanitário local publica o número de animais abatidos em plantas para exportação e em plantas menores para o mercado doméstico. Existem indicações de que há mais abatedouros não registrados em fazendas e plantas pequenas em todo o país que não contam com inspeção oficial.

Existem 10 grandes plantas locais autorizadas para exportação, com altos padrões sanitários. Essas plantas são anualmente inspecionadas por vários serviços sanitários externos que importam carne bovina do Paraguai. As quatro maiores companhias são responsáveis por 50-55% das exportações totais. A maioria dos frigoríficos é pertencente a proprietários locais, embora três deles sejam pertencentes/administrados por companhias brasileiras. Estima-se que as plantas de carne bovina estão, atualmente, operando a uma capacidade de 60-70%. Não há investimento significante anunciado, exceto para alguma expansão de plantas existentes para aumentar a capacidade de abate e armazenamento no frio.

Após vários anos de bons retornos, as companhias locais de carne bovina estão sofrendo uma crise econômica como resultado de um valor mais forte das moedas locais e dos altos preços do gado. Apesar dos preços médio de exportação recordes, os exportadores indicam que no primeiro semestre de 2011, a moeda local, o Guarani, ganhou quase 20% de valor com relação ao dólar.

Os preços locais (em termos de dólar) dos novilhos gordos estão hoje em dia entre os maiores da região, de US$ 2,20 por quilo vivo, enquanto os novilhos gordos no Brasil, Uruguai e Argentina estão aproximadamente em US$ 2,07 por quilo vivo. Há um ano, os novilhos gordos estavam a US$ 1,53 por quilo vivo e, em agosto de 2007, estava em US$ 0,98 por quilo vivo. A falta de gado gordo em 2011 e a necessidade dos frigoríficos de operar ao maior nível de capacidade possível fazem com que os preços dos gados permaneçam altos.

O forte direcionador da expansão do setor é o crescente negócio de exportação, que representa cerca de 60% da oferta local total de carne bovina. O preço médio da carne bovina de exportação do Paraguai em 2005 era de US$ 1.767 por tonelada, enquanto a média dos primeiros sete meses de 2011 foi de US$ 4.845 por tonelada.

A produção de gado alimentado com pasto, de baixo custo, os preços baratos da terra comparados com os países vizinhos, e a possibilidade de expandir para novas áreas de produção, bem como a oportunidade de melhorar significantemente a produtividade (especialmente na cria) atraem muitos investidores do Paraguai, Brasil, Uruguai e Europa. Os investimentos têm bons retornos da operação e excelentes retornos nos valores da terra e dos imóveis, que vêm aumentando firmemente nos últimos anos.

Cerca de 500.000 hectares foram convertidos de pastagem natural em pastagem sub-tropical altamente produtiva na região do Chaco (oeste) em 2010-11. Existem aproximadamente quatro milhões de hectares adicionais que podem ser melhorados com esses tipos de pastagens. Na parte oriental do país, onde a produção de cultivos agrícolas está se expandindo rapidamente, os produtores também aumentaram o número de bovinos, produzindo mais intensivamente em menos hectares.

O uso de grãos e silagem de sorgo e milho está ganhando popularidade entre os produtores maiores. Os novilhos gordos para o mercado de exportação estão tipicamente sendo comercializados com 450-470 quilos vivos, tendo ganhado os últimos 100-120 quilos nas pastagens com algum tipo de suplementação com grãos.

A produção em confinamentos como conhecida nos Estados Unidos é muito pouco vista, à medida que os custos de produção são significantemente maiores do que a produção a pasto. Uma vez que existe uma vasta terra que pode, ainda, ser colocada para a produção, o desenvolvimento de estabelecimentos de engorda será limitado. Os produtores locais indicam que a maioria de sua carne bovina é produzida com sistemas naturais.

Além de usar novas terras para a produção, os produtores paraguaios estão investindo pesado em melhores genéticas do gado (saindo do Brahman para cruzamentos como Brangus e Braford), existe um amplo uso de inseminação artificial, maquinaria e equipamentos (especialmente para alimentação do gado), cercas, estradas água, etc.

O Paraguai tem uma política de desmatamento zero na região oriental e cerca de 40% da terra precisa permanecer como reserva natural na região ocidental. Oficiais do Governo e o setor privado projetam que o rebanho bovino paraguaio quase dobrará das atuais 13 milhões de cabeças de gado para 20 milhões até cerca de 2020.

Existem aproximadamente 130.000 pecuaristas no país, dos quais 85% são produtores familiares, com uma média de 25 cabeças. Milhares de novos produtores entram no negócio a cada ano. Aproximadamente 20.000 produtores representam a essência do setor, com 2.500 deles tendo rebanhos de mais de 1.000 cabeças e sendo responsáveis por 60% do rebanho total do Paraguai. Os atuais preços das vacas de cria estão em cerca de US$ 1.000 e o gado para engorda estão sendo vendidos a cerca de US$ 2,20 por quilo vivo.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), o status sanitário do Paraguai é de livre de febre aftosa com vacinação e o país tem um "risco insignificante" (o menor possível) para Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB). O Paraguai tem um programa de rastreabilidade bovina chamado SITRAP (Sistema de Rastreabilidade do Paraguai), pelo qual aproximadamente 750 produtores, sendo responsáveis por mais de 2,2 milhões de cabeças de gado, certificam o processo de produção na fazenda.

Esse programa é requerido para exportação de carne bovina para a União Europeia (UE). O serviço de saúde animal do Paraguai continua trabalhando com o USDA para poder exportar carne bovina fresca e processada a esse mercado. Os exportadores locais acreditam que os Estados Unidos seriam um mercado interessante, especialmente para carne bovina fresca, e a permissão para exportar aos Estados Unidos também facilitaria a abertura de outros mercados. Antes do final desse ano, o Paraguai inaugurará seu primeiro laboratório de biosegurança pelo qual permitirá a detecção e rápida resposta a qualquer potencial epidemia de doença.

A produção de carne de frango do Paraguai está se expandindo de forma significante, à medida que o consumo cresce rapidamente. A produção de carne suína também está crescendo, mas o volume ainda é muito pequeno. O Paraguai é um importante exportador de milho e soja e tem o potencial para suprir a crescente demanda de alimentos animais do setor pecuário local.

Existem indicações de que o Governo não tem uma política específica para o setor de bovinos/carne bovina. Sabendo de sua importância, sendo esse o segundo produto de maior exportação, do país, o Governo apóia o setor através de um serviço sanitário sólido e permitindo que esse opere em um ambiente livre.

Consumo

Apesar dos preços maiores da carne bovina de exportação, o consumo doméstico de carne bovina deverá continuar aumentando em 2012, à medida que mais pessoas projetam um contínuo crescimento da economia local. À medida que a produção local de carne bovina é principalmente induzida pelas exportações, a maior produção esperada e as maiores oportunidades de exportação deverão disponibilizar mais produtos para o mercado local.

Os cortes mais demandados são costelas e vazio, tipicamente demandados para churrascos de finais de semana. Também em grande demanda estão os cortes de dianteiro e ossos com carne de processos de desossa das plantas de exportação. A estimativa de consumo per capita de carne bovina em 2010 foi de 30-32 quilos.

Os criadores de Brangus recentemente fizeram um acordo com os frigoríficos locais e uma das maiores redes locais de supermercado para comercializar carne bovina com marca premium. Apesar de o volume inicial ser pequeno, eles esperam que cresça em um futuro próximo.

O consumo de carne de frango tem crescido significantemente nos últimos anos, alcançando 13 quilos per capita. Isso é resultado dos preços da carne bovina que têm aumentado significantemente e das mudanças nos hábitos de consumo. Desde o começo de 2004, a inflação aumentou em 64%, os preços do frango aumentaram em 67% e os preços da carne bovina aumentaram em 145%.

Os altos preços da carne bovina são principalmente explicados pelos maiores preços da carne de exportação. Os preços domésticos caíram nos últimos meses em parte porque a demanda no Chile, um dos principais mercados do Paraguai, enfraqueceu.

Exportações

As exportações de carne bovina do Paraguai em 2012 deverão ser de 300.000 toneladas, mostrando uma recuperação com relação a 2010, à medida que os exportadores esperam uma maior produção de carne bovina e uma maior demanda externa. O Paraguai ficou em 13º lugar entre os maiores exportadores mundiais de carne bovina em 2010, com 296.000 toneladas (peso carcaça equivalente) e US$ 880 milhões. O Paraguai tem mais de 70 mercados abertos e está trabalhando na abertura de mais mercados.

Os principais mercados para 2012 deverão ser Chile para carne bovina resfriada e Rússia para carne congelada. Juntos, eles representam aproximadamente 70-75% das exportações de carne bovina paraguaia. O Chile tipicamente compra a carcaça inteira em cortes sem osso. Ultimamente, a carne paraguaia está enfrentando uma competição maior de outros fornecedores. As exportações à Rússia são principalmente de cortes de dianteiro. Em agosto de 2011, autoridades russas proibiram alguns envios de duas plantas do Paraguai por causa da E.coli, tirando essas plantas da lista até um próximo aviso.

O mercado da Venezuela cresceu em importância nos últimos anos. As exportações podem ser feitas através de compras do Governo ou privadas e os cortes podem variar com os envios. Israel também deverá continuar sendo um importante mercado para os cortes dianteiros sem osso. A União Européia (UE) representa um pequeno volume de exportação, mas a altos preços. O Paraguai espera cumprir com sua cota Hilton de 1.000 toneladas, principalmente de picanha e contra-filé. A UE também comprará um volume similar de carne fresca fora da cota.

As informações são do
USDA, traduzidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint

Resumo das principais noticias do mercado pecuário em 15/09/2011:


quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Interconf 2011

Esta semana está sendo realizado o Interconf ( Conferência Internacional de Confinadores) - Goiania/GO.
Confira as principais noticias: http://www.interconf.org.br/midia/noticias/

Organize sua agenda! Ainda temos muitas exposições pela frente!

  • 17 a 25/ Setembro: 22º Exposição Agropecuária de Crixás - Crixás/GO 
  • 16 a 26 /Setembro: EXPOINEL - Uberaba/MG
  • 22 a 25 / Setembro: FIAFLORA - São Paulo/SP
  • 24/ Set. a 02/ Out.: 33º Exposição Nacional da Raça Mangalarga - Porto Feliz/SP
  • 01 a 08/ Outubro: Exposição Nacional da Raça Sta Inês - Fortaleza/CE
  • 08 a 16/ Outubro: Festa do Boi - Parnamirim/RN
  •  10 a 16/ Outubro: EXPOBRAHMAN - São José do Rio Preto/SP
  • 26 / Nov. a 04/ Dez: FENAGRO - Salvador/BA
  • 04 a 13/Novembro: The Royal Agricultural Winter Fair - Toronto/ CANADÁ
Ficou faltando alguma? Compartilhem outras exposições, leilões e feiras.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Gestão : Antonio Chaker El-Memari Neto


ARTIGO:
GESTÃO DE SISTEMAS DE PRODUÇÃO DE BOVINOS DE CORTE:
ÍNDICES ZOOTÉCNICOS E ECONÔMICOS COMO CRITÉRIOS PARA
TOMADA DE DECISÃO.

NA RETA FINAL - Folha de SP - 10/09/2011 ( Por Roberto Rodrigues)

"Dois anos depois da criação da Comissão Especial na Câmara dos Deputados com o objetivo de instituir um novo Código Florestal para o Brasil, podemos analisar com olhar crítico o processo de amadurecimento das discussões acerca do tema, sobretudo quanto às previsões e às principais alegações dos que se diziam contrários ao estabelecimento de nova legislação."

Leia na Integra:


NA RETA FINAL
 *Roberto Rodrigues

Dois anos depois da criação da comissão especial na Câmara dos Deputados com o objetivo de instituir um novo Código Florestal para o Brasil, podemos analisar com olhar crítico o processo de amadurecimento das discussões acerca do tema, sobretudo quanto às previsões e principais alegações dos que se diziam contrários ao estabelecimento de nova legislação.
Logo depois de criada, a Comissão Especial foi rotulada de ruralista e que só atenderia aos interesses do setor produtivo. Alegavam os mais radicais que seria extinto o instituto da reserva legal e que seria reduzida a proteção de áreas de preservação permanente, que grandes propriedades seriam beneficiadas e que as florestas brasileiras estavam ameaçadas de desmatamento violento.
            O processo de discussão se deu de forma intensa e profunda, envolvendo todos os setores da economia e todos os segmentos da sociedade. O Brasil inteiro foi visitado e ouvido pelos integrantes da Comissão e o primeiro texto foi aprovado na Comissão Especial em 6 de julho de 2010.
            A partir de então, alguns radicais lutaram para que a matéria não fosse a plenário e os focos de crítica eram basicamente a “anistia a desmatadores”, a “liberação de uso das áreas de preservação permanente”, a “delegação aos Estados da competência de legislar sobre meio ambiente” e a “falta de participação da comunidade científica” nas discussões.
            Aprovado no plenário da Câmara em maio de 2011 por 410 votos contra 63, esmagadora e democrática maioria, está agora, no Senado, e o texto do Senador Luis Henrique pode, por si só, revelar as verdades e os mitos.
            Há o grande desafio de fazer justiça, ou seja, não perdoar aqueles que desmataram ao arrepio da lei existente, mas também não punir aqueles que desmataram quando não havia legislação sobre o tema ou ainda os que o fizeram com incentivo do governo, como no combate à febre amarela por exemplo. Para isto foram mantidos os institutos da reserva legal e a proteção às APPs, já contrariando uma das previsões iniciais, porém foram criados mecanismos de avaliação e regularização das propriedades, como o Cadastro Ambiental Rural (CAR), obrigatório a todas as propriedades rurais: identificado com isso um problema, haverá, um processo de regularização. Não haverá “anistia a desmatadores”: a reserva legal faltante deverá ser recomposta, regenerada ou compensada.
E as APPs atualmente utilizadas não serão consolidadas a qualquer preço, mas desde que não haja recomendação técnica de recuperação, isto é, com base científica. 
Ainda os desavisados poderão dizer que nas propriedades de até 4 módulos haverá sim uma anistia. Pequenas propriedades devem ser sustentáveis, inclusive do ponto de vista econômico. Inviabilizar a vida no campo causa êxodo rural e poluição urbana. O tratamento diferenciado aos pequenos é imprescindível para que eles tenham as mesmas condições de renda das grandes propriedades.
            Finalmente, quanto à delegação de poderes aos Estados, tida como temerária pela possível influência a que estariam sujeitos os governos estaduais, não há nem a liberdade alegada, nem a possibilidade da tal influência.
            As normas gerais, que servirão de base às legislações estaduais, serão feitas pela União. Não há liberdade total à norma estadual, mas busca-se evitar a temida anistia. Os Estados brasileiros têm, por força da Constituição Federal, o direito de criar regras para melhor gerir suas características peculiares.
            Assim, nenhuma das profecias negativas acerca do Código se concretizou. Resta-nos, como brasileiros, participar do processo de aprimoramento desta lei tão importante que irá influenciar na vida de cada um de nós.
            O novo pensamento de não mais tratar a questão como exclusivamente ambiental, mas sim “socioambiental”, cada vez mais justifica a obrigação do exercício da competência concorrente e supletiva pelos Estados, e a participação de cada cidadão.


* Coordenador do Centro de Agronegócio da FGV, presidente do Conselho Superior de Agronegócio da FIESP e professor de Economia Rural da UNESP/Jaboticabal

Palestra do NFA na Feicorte 2011

http://www.folhadofazendeiro.com.br/editoria/ver?noticia_id=411